Insanity Seeker

A Loucura o leva à verdade, assim como a Verdade o leva à Loucura.


A coisa mais misericordiosa do mundo, creio eu, é a incapacidade da mente humana em correlacionar todo o seu conteúdo.
Vivemos numa plácida ilha de ignorância em meio a negros mares de infinito, e não está escrito pela Providência que devemos viajar longe.
As ciências, cada uma progredindo em sua própria direção, têm até agora nos causado pouco dano; mas um dia a junção do conhecimento dissociado abrirá visões tão terríveis da realidade e de nossa apavorante situação nela, que provavelmente ficaremos loucos por causa dessa revelação ou fugiremos dessa luz mortal rumo à paz e à segurança de uma nova Idade das Trevas.
H.P. Lovecraft

Percepção e Tempo, Memória e Eternidade

abril 27th, 2021 by Lordspy

Amizade Intrí­nseca

Não, nunca tinha pensado sobre isso, pelo menos não até o desafio ter-me sido lançado.*

Sim, mas acreditava que tua existência era um resquício da percepção em direção ao amanhã, não a memória essencial de um ente eterno.

Sim, mas é uma viagem limitada.

E desde quando aquele lugar foi um porto seguro?

Mas e quanto à  limitação imposta? Ao preconceito, ofensas, falta de incentivo, descrédito. Um local limitado que, por mais que o tempo tenha passado, se mantém no passado, por mais que surgiram outras culturas, se mantém com a mesma prática monocultural e com o mesmo comportamento ofensivo em relação àqueles que propõe um ambiente multicultural.

E essa impossibilidade de sair, nesse período, tem me sido uma âncora a essa situação.

A manutenção da direção, e o desvio para pior ou melhor, para mais rico ou mais humano, para mais egoísta ou mais solidário, mais competitivo ou mais cooperativo. Todas dimensões futuras.

E o que é a imortalidade senão a manutenção da memória?

O outro, a traçar teus planos.

Mesmo embora muitos vivam.

Sim, a sobrevivência é a vivência unicamente do presente, no presente.

Para os que percebem a maravilha da totalidade.

Como uma poesia… do Mal do Século…

Sim, porque reconhecemos um potencial “eu” neles, triste pelo que são, mas feliz pelo que nos tornamos.

Você, meu eterno e imortalizado eu de tempos passados.

Que sempre me será guiado pela âncora perceptiva alçada pelo teu momento.

Sigamos o caminho!

Uma manobra arriscada

abril 27th, 2021 by Lordspy

Faz 20 anos desde minha graduação. 24 anos desde o estágio, em 1996, que trabalho com tecnologia. 34 anos desde minha iniciação no mundo da informática, quando a única coisa que se podia fazer com um computador, um MSX, embora tenha também usado um TK 85, era programar. Sete anos e meio desses 24 anos profissionais em pesquisas acadêmicas, no meu mestrado e doutorado. Dois dos 17 anos restantes em pesquisas científicas e laboratoriais.

Vi o mercado mudar do Delphi para o Java, depois para o Python, mas as linguagens C e C++ ainda se mantendo firmes, não necessariamente no topo, mas como jogadores principais no estado da arte.

Acompanhei as mudanças de um processo de produção coletiva que beirava o caos, sem uma metodologia apropriada de controle dos códigos fontes, para o CVS, SVN, Mercurial e agora o Git. Vi o nascimento do UML, do processo RUP, da metodologia CMM e muitas outras práticas da Engenharia de Software.

Aprendi e me deliciei com os aspectos formais da computação. A Máquina de Turing é uma maravilha da matemática e justifica a computação ser atribuída à Ciência. Acompanhei Chomsky transitando da linguística para a política. Ele já estava na política, mas ainda era conhecido como o linguista.

Acompanhei os desenvolvimentos da Inteligência Artificial desde as discussões conceituais, o desenvolvimento no reconhecimento de padrões, que servem bem para reconhecimento de imagens, as redes Bayesianas e as redes neurais, tudo isso convergindo para a área de Machine Learning.

Aprendi matemática o suficiente para compreender todo o processo fundamental da Computação Gráfica, os algoritmos de desenho por matemática discreta de Bresenham, de preenchimento de polígonos, as fórmulas, da álgebra linear, de projeção do 3D em 2D, bem como de transformações, tudo codificado em C, sem OpenGL. Não tínhamos os hardwares que suportavam à época. Não porque sou tão antigo assim, mas porque não havia investimento suficiente para as universidades. E desenvolvi um renderizador 3D rudimentar, com remoção de linhas ocultas e iluminação ambiente e “de Lambert”. Usei álgebra linear a torto e direito e cálculo diferencial e integral nesse processo, bem como nos processos de animação.

Vi o surgimento das placas gráficas, inicialmente 2D. Placas com decodificação JPEG embutido, depois as aceleradoras 3D, que demorei para conseguir. Continuam sendo caras. Eram estado da arte, as de estado da arte hoje também são.

Aprendi a modelar em 3D quando ainda era 3D Studio. Não era Max, nem da Discreet era, quanto mais da empresa atual.

Quando aprendi Banco de Dados relacional, porque não existia NoSQL, espaço digital era extremamente caro e havia necessidade de economia máxima de dados, a moda da vez era o Data Mining, que hoje evoluiu em Big Data ou Data Science. Vi o MySQL crescer, compilei uma das primeiras versões do PostgreSQL e fiquei contente quando, depois de inúmeras tentativas frustradas, mas documentadas, funcionou.

Compilei o GHC, compilador Haskell da Universidade de Glasgow, sem sucesso. Algumas bibliotecas necessárias para a compilação eram impossíveis de se obter por aqui, principalmente com a Internet que tínhamos na época. Mas acompanhei o crescimento do uso do paradigma funcional no mercado.

E fiz uma iniciação científica restaurando um projeto em Computação Musical, de composição automática, usando Prolog, ou seja, o paradigma lógico.

Bibliotecas para carregamento de arquivos eram raras e usá-las era muito difícil. Isso se dava devido ao preço ou à falta de documentação (ou não exclusivo). A melhor fonte de informação era um site denominado wotsit, em que eu me divertia à beça estudando os formatos WAV, MIDI, BMP, GIF, DXF, OBJ e tantos outros, bem como informações sobre como se programar placas de som, o que me ajudou muito no meu projeto de iniciação científica. E usava o site para diversas práticas, codificando rotinas de carregamento ou conversão, quando possível.

Vivi uma época em que ter uma rede doméstica era item de luxo, muito luxo mesmo. E fui privilegiado por dividir moradia com quem tinha acesso à tecnologia para conseguirmos montar uma em casa. Podíamos nos divertir codificando para a rede ou com os jogos RTS da época.

Não vi o nascimento da Internet, minha residência à época era no interior e tecnologia não era algo de interesse por lá (continua não sendo!), mas tive acesso logo que entrei na Universidade e acompanhei seu desenvolvimento e sua popularização. Atuei como webdesigner no meu primeiro trabalho freelancer. PHP ainda era um embrião. Aprendi a configurar servidores web, para ter a certeza que apesar de ser importante ter os conhecimentos de SysAdmin, hoje tarefa parte dos SRE ou DevOps, não era o tipo de tarefa que eu gostaria de trabalhar, mas que poderia atuar em caso de necessidade.

Vi o crescimento dos GIS, ou SIG, os Sistemas de Informação Geográficos e defendi meu TCC implementando recursos rudimentares de um, recursos suficientes para as tarefas requisitadas.

Trabalhei tanto em desenvolvimento quanto em arquitetura ou engenharia de sistemas. Em sistemas embarcados, distribuídos, ou standalone. Nas áreas financeiras, contábeis, de serviços, de entretenimento, de software de base, e na área comercial. Em arquiteturas monolíticas e em arquiteturas de micro serviços. Algumas pode-se dizer que eram híbridas.

Desenvolvi sistemas de Realidade Virtual e ferramentas para Realidade Virtual. Desenhei e desenvolvi jogos eletrônicos, incluindo jogos de azar, quando esses, os bingos, eram legalizados no país. Participei no desenvolvimento de ferramentas de integração entre sistemas de animação e motores de jogos. E em conjunto com um amigo idealizamos, fundamos e organizamos um Festival de Jogos que teve suas duas primeiras edições em 2003 e 2004, sendo renomeado para Festival de Jogos Independentes em 2005, organizado dentro da SBGames e sendo executado até hoje sob seus auspícios. Tive a oportunidade de ser Chair do evento novamente em 2007.

Vi a nuvem surgindo e as oportunidades das empresas pequenas, que não tinham condições de ter uma linha dedicada para serviços na Internet, nem de adquirir um servidor capaz de provê-los, de fazerem seu negócio crescer. E tive a oportunidade de trabalhar com isso também.

Foram 24 anos de trabalho e experiências adquiridas, incluindo atuando como professor na educação superior. Experiências essas que hoje são praticamente inúteis. As empresas querem alguém que passe em um teste, em uma competição de quem resolve mais rápido enigmas computacionais. Como se não existissem sites de treinamento. Como se fosse uma garantia de que os participantes selecionados não tivessem decorado ou praticado apenas para passar nos testes. Tais testes fazem troça do conhecimento fundacional e da experiência.

Tive a experiência de entrar para prestar serviços em uma empresa em que eles queriam resultado na primeira semana. O sistema não tinha documentação. Eles acreditavam que saber qual era o stack e conhecer o framework de desenvolvimento bastavam. Me dispensaram antes da primeira semana terminar. Cortaram meu acesso aos recursos da empresa e me comunicaram da dispensa 10 minutos antes de eu enviar o código para completar a tarefa, um código que reduzia a complexidade algorítmica, a quantidade de linhas e o consumo de memória. Vejam só!

E durante meu doutorado eu tive a oportunidade de estudar a fundo o tema que me levou à Ciência da Computação. O tema que me orientou durante o curso, Ciência da Computação, que eu descobri adorar. O tema que me deu muitas dificuldades durante o doutorado, que foi em engenharia, uma área eminentemente objetiva: Jogos!

Estou agora acrescentando outra carreira. Não largarei a área tecnológica. É minha paixão e meu recurso financeiro. Eu sou um criador e a liberdade de criação por meio da tecnologia é enorme. Mas se você entendeu a situação da área hoje, talvez perceba, como eu, que é um relacionamento abusivo.

A área de jogos também é, mas por outros motivos.

Jogo ainda é um conceito incerto. Há mais “desconhecido” que “conhecido” nesse contexto. A área de Estudos de Jogos, ou Game Studies, é eminentemente recente. E a divulgação sobre a área, sobre o tema, sobre as pesquisas, trabalhos, desenvolvimentos ainda está apenas na academia. Há alguma divulgação de cunho industrial e comercial, mas para a área em si é insuficiente.

Fiz minha manobra arriscada em usar o doutorado na engenharia para estudar jogos. Faço minha segunda manobra arriscada em além da área de tecnologia atuar também na área de divulgação científica.

Felizmente conto com o apoio de colaboradores que aceitaram o desafio. E em breve, o projeto Gamegesis estará no ar. Aguardem!”

E Joguemos!

(Uma Tentativa de) Retomar!

setembro 22nd, 2020 by Lordspy

Uau! 3 anos.

Aparentemente 3 anos são os intervalos em que fico sem escrever… 2011-2014-2017-2020! Bom, a vida acontece fora daqui… e escrever não é minha profissão, então esse canto esquecido da Internet acaba sendo relegado a segundo plano.

Mas tentarei me dedicar mais!

Muita coisa aconteceu nesses 3 anos. Envelheci, claro! Hoje estou com 43 anos de idade desde que cheguei a esse mundo… (a idade real apenas poucos conhecem!)

Estou morando sozinho desde o início de 2018, quando o colega que alugava um quarto decidiu ir morar sozinho para ter mais liberdade (tenho que achar novos usos aos grilhões e à masmorra! 😛 😀 )

E finalmente terminei o doutorado. É… eu escrevi a Tese, então não foi um intervalo de 3 anos, mas ela não foi escrita para cá, não é mesmo?…

Diferentemente do mestrado, em que entrei sabendo o que iria fazer e saí fazendo exatamente aquilo que havia me proposto, o doutorado foi conturbado.

Entrei com um projeto e durante as pesquisas novas informações foram se desdobrando e mais e mais dúvidas surgindo e o projeto inicial deu voltas e mais voltas e acabou mudando o foco.

De uma ferramenta descritiva, ou um sistema para uma línguagem de domínio específico (DSL System), voltada para o desenvolvimento de jogos, voltou-se para o estudo formal de jogos, seu conceito ou definição e ferramentas para ajudar a conceituar, classificar, levantar uma taxonomia e efetivamente auxiliar o processo de design, não de desenvolvimento.

Mas principalmente ajudar o campo da ludologia (ou Game Studies) e tentar definir fronteiras e processos para que outras áreas não emprestem elementos ou práticas de jogos, usem o próprio prisma da área para estuda-los, e os devolvam com vícios ou viés da área.

O processo acabou sendo o de desenvolvimento de uma área eminentemente subjetiva, mas contida em um campo de pesquisa eminentemente objetivo, o das engenharias.

Desenvolver pesquisas como essa são trabalhosas e definitivamente me deixou marcas. Com pouco interesse pelos superiores sobre as inúmeras oportunidades que se desdobravam, porque não eram consideradas válidas no campo da engenharia, embora auxiliariam positivamente para os projetos do laboratório, e com pouca ajuda dos pesquisadores em engenharia. Inclusive com a minha então ajuda na co-orientação, com situações pessoais, decidindo abandonar a co-orientação.

Esse abandono me deu a oportunidade de alocar um co-orientador que efetivamente se alinhava à proposta que se desdobrava e foi de enorme valia a ajuda do Prof. Dr. Rafael Duarte Oliverira Venâncio. Uma pena que foi tardio e a pressa cobrou a tinta dos meus cabelos e barba…

Apesar de ter ficado feliz com a solução que me garantiu a publicação, ela certamente é apenas uma pequena parte de toda a pesquisa realizada, que justifica a proposta tecnológica desenvolvida.

Da mesma forma, o título final da Tese fica focado apenas no contexto da proposta tecnológica, ou seja, não foca no trabalho total que acabou por auxiliando a proposta.

Academicamente isso me pareceu ruim, mas isso me dá agora a oportunidade para publicar meus achados de maneira independente, fora das formalidades acadêmicas, mais próximo do idioma comum.

Apesar de eu não ter conseguido desenvolver a proposta inicial no doutorado, eu desenvolvi algo muito mais elaborado, muito mais interessante e que me garantiu compreender muito o campo da ludologia e formas para desenvolvimento e divulgação da ludoliteralidade.

E embora o foco (do título) da tese não tenha sido o trabalho de fato, que é o mais importante, isso me dá a liberdade para desenvolver essa pesquisa independentemente.

Foi um desgaste desnecessário para a tese em si, mas foi necessário para a minha compreensão sobre o conceito, e sobre a área de ludologia.

Posso dizer que estou efetivamente satisfeito, satisfez a curiosidade daquele garoto de 5 anos que viu Space Invaders pela primeira vez. E que foi abarcado pela ideia lúdica. O esforço, para isso, valeu.

E agora é fazer com que esse esforço valha para os outros!

Que venham os novos projetos!

O ser normal. Ou: o oposto da evolução.

abril 4th, 2017 by Lordspy

“Você não pode ser mais normal não?”…

Não foram poucas vezes que eu ouvi essa frase. 

    Quem me conhece,e não precisa me conhecer muito, geralmente percebe que sou mais introvertido, mesmo gostando de um barzinho com os amigos.

    Gosto de praticar a contemplação. De analisar situações, de especular sob pontos de vista diferentes e de planejar (ou pelo menos tentar planejar) a minimização de conflitos, geralmente construindo situações de fundamentação (ou base) para permitir isso. E isso acaba me levando a admirar aqueles que subvertem padrões impostos… às vezes me fazendo internalizar (e externalizar) alguns comportamentos, ideias e ideais. Isso me levou à vida de produção de software, de pesquisador e de acadêmico… a qual eu estou finalizando. E isso me leva inevitavelmente a ouvir a frase:

“Você não podia ser um pouco mais normal não?”

    Escuto isso desde pequeno… desde que comecei a conviver em sociedade, pouco antes da escola, ainda na convivência familiar… e essa frase sempre me estranhou.

    Sempre que a ouço eu imagino dois de nossos ancestrais, na idade da pedra lascada, olhando para aquele(s) que batiam pedras umas nas outras, talvez para que elas tivessem a forma que eles precisavam (e para dar início à idade da pedra polida) e emitindo o seguinte “diálogo”:

A:”Olha lá aquele pessoal esquisito”

B:”Pois é… ficam boa parte do tempo batendo uma pedra na outra. Pra que?”

A:”Eles falam que é pra poder usar, pra cortar madeira, pra usar na caça… mas já tem bastante lasca pra isso. Olha só uma aqui! É só andar um pouco que já se acha lascas boas pra cortar madeira. Aqui outra… essa tá bem achatada, boa pra acertar a cabeça dos bixos…”

B:”É, são um bando de preguiçosos. Não querem andar, aí perdem tempo batendo uma pedra na outra enquanto poderiam ajudar a gente a procurar lascas boas.”

A:”Vamos lá procurar mais lascas pra gente usar. Quem sabe a gente depois não dá uns sopapos neles pra ver se eles criam vergonha na cara, deixam de preguiça e ficam mais normais.”

    É povo normal… provavelmente estaríamos na idade da pedra lascada se não fossem aqueles que subvertem a sua normalidade…

Então, vai ficar aí procurando lascas?

O Alerta (2a versão)

outubro 24th, 2014 by Lordspy

Estou escrevendo esse post na escrivaninha enquanto estou dormindo na cama… Não posso me dar ao luxo de encontrar comigo mesmo consciente… ambos.

Eu vim do futuro para lhes alertar, por pouco o candidato da grande Mídia não vence as eleições.

Precisamos (e devemos) nos esforçar na militância e não baixar a guarda.

O alívio, ele perdeu. A candidata que apoiei venceu, não com folga, mas isso não implica que estamos seguros ou tranquilos.

Percebam o movimento da grande mídia: Publicação massiva de acusações sem provas concretas, manipulação de informações para que a percepção do grande povo, aqueles que parcamente precisam do estado, seja tendenciosa a seu lado.

O governo, não apenas o partido ou o candidato que está governando, o conceito de governo, perde a credibilidade dia a dia e nada está sendo feito.

Claro, os programas sociais são mantidos, alguns foram estendidos, pois mais e mais pessoas conseguem ingressar na sociedade de fato. O povo brasileiro, não aquele que nos representa, aquele que representa mais de 80% de nosso País, está avançando, melhorando e a passos largos.

Alcançamos, mundialmente, níveis invejáveis de desenvolvimento social, embora tentam demonstrar o oposto. Mas existem problemas, sempre existiram, porém eles estão sendo exagerados pela grande mídia… e pior, simplesmente ignorados pelo cidadão.

A situação demonstrada por um factóide vídeo que circulou por esses dias sobre o Brasil do futuro com Dilma, com um que se diz comediante e com o título de república bolivariana do brasil, é simplesmente inexistente e tosca. Industriais e comerciantes estão conseguindo contratar muito mais trabalhadores, principalmente porque mais pessoas passaram a ter o poder de compra. E muito porque conseguiram uma estabilidade do status social que precisavam.

A militância que queria a candidata e principalmente a que não queria o candidato da grande mídia aparentemente exauriu suas forças, pois nenhuma cobrança efetiva é feita. (Também, considerando o baixo nível das campanhas, sejam as oficiais ou extra oficiais, até mesmo eu precisei de umas férias!)

Se nada for feito, nos aproximamos bastante de um golpe. Portanto você, militante, exija soluções, cobre justiça, mantenha a vigilância.

Não apenas esse governo é para nós, mas nós fazemos parte dele, nós o compomos e temos nossa obrigação de zelar por ele.

Ou então, o cidadão perderá o interesse pelo conceito de governo. E então o conceito de Caos ficará bem claro para nós, assim como foi para os pais ou avós de alguns e isso recairá também àqueles que não queriam tal governo.

Seja diligente, seja íntegro, participe e principalmente, nunca confie em apenas uma fonte de informação, nunca confie em informações que caluniam com acusações sem prova ou apenas pela palavra de um ou outro, lembre-se: Pessoas mentem. Nos ajude a prevenir o caos que se principia.

Eu apoiei #‎Dilma13 nessas eleições e me orgulho disso, não foi ela quem iniciou esse princípio de caos, mas suas competências e compromissos afastaram de prevenir que a situação chegasse a esse ponto…

Acreditem em mim… vim do futuro… eu tenho um Capacitor de Fluxo pessoal… a foto prova o fato!

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O Alerta

outubro 24th, 2014 by Lordspy

Estou escrevendo esse post na escrivaninha enquanto estou dormindo na cama… Não posso me dar ao luxo de encontrar comigo mesmo consciente… ambos.

Eu vim do futuro para lhes alertar, O cantidado da grande mídia brasileira ganhou, venho de um Brasil sucateado, com o caos dominando, a polícia, o modelo despreparado da de São Paulo, se transportou para o da Federal e podemos imaginar o que se sucedeu.

Aos poucos fomos perdendo nossos direitos em prol de empresas privadas. Educação, vai para quem pode pagar mais, saúde, idém. E com esse cenário, poucos são os médicos capazes, se é que existe algum, todos os que conheço e que estão no País tem interesse apenas em quanto irão receber para te salvar do infortúnio da doença. Foram construidos guetos para que os pobres, com seus doentes, não se misturem aos que tem condição de pagar um médico… eles não querem ter que pagar novamente para tratar uma doença que possa ser transmitida. Mas pagaram por isso, agora nem sequer a escrava… digo, empregada doméstica, mais podem ter, a não ser que more com eles e eles paguem por sua saúde, o que lhes saia muito caro. Não existem.

Com o despreparo das polícias, salvo alguns estados, e manifestações ocorrendo, podemos imaginar o nível de violência. Pessoas mortas nas ruas. Em São Paulo o cenário é impossível. A falta d’água se agravou e não é possível limpar o sangue que pinta o asfalto e a calçada. O cheiro, insuportável.

Mesmo aqueles que se julgavam abastados hoje passam fome. Seus filhos, por mais que se esforcem nos terríveis centros de educação que eles podem pagar, não conseguirão ingressar numa boa universidade aqui no País. Não tem dinheiro para bancar saúde + moradia + despesas com alimentação e ainda a faculdade. Alguns poucos se sobressaem e conseguem, via carta, ou e-mail enviado da lan-house do bairro (ou gueto, que é mais apropriado), pois não tem como pagar Internet ou ter um computador em casa, se comunicar e provar a faculdades de Países estrangeiros para estudar, com bolsa (100% pago + moradia + ajuda de custo) e assim conseguir dar uma vida menos pior para sua família.

Economia… as estatais foram vendidas, todas as reservas econômicas que podia vir desses recursos estão nas mãos de especuladores estrangeiros e o pouco que está no País, concentrado nas mãos de quem governam e óbvio que não querem mudar essa situação.

Transporte público… na verdade, coletivo, pois a única coisa que é pública é a situação caótica, é precário e quem tem carro mal tem dinheiro para colocar gasolina… o mantém como troféu ou lembranças de uma boa época…

Adoraria que isso não acontecesse…

eu apoiei #‎Dilma13 nessas eleições e me orgulho disso, não foi ela quem promoveu esse caos…

Acreditem em mim… vim do futuro… eu tenho um Capacitor de Fluxo pessoal… a foto prova o fato!

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O valor do Silêncio (repost)

outubro 12th, 2014 by Lordspy

É impressionante como a sociedade perdeu completamente a noção de tato e razão perante algumas práticas necessárias à realização de tarefas que exigem determinados tipos de disciplina.

Exemplifico justamente com aquilo que dará o teor das idéias que me levaram a colocar tal título. Tarefas que exigem raciocínio, como projeto de sistemas, no meu caso, computacionais, mas podem ser de engenharia, médicos, educacionais, dentre outros.

Me lembro muito bem quando, na escola, nos era exigido silêncio enquanto, em uma tarefa exigida, projetávamos algo que exigisse tal capacidade e sobre isso faço-lhes uma pergunta.

Caso você trabalhe, como profissional, em uma empresa que demanda tarefas que exigem raciocínio lógico/matemático, me diga, qual o nível de ruído no seu ambiente de trabalho? Digo no escritório, não em sua própria casa, caso você tenha um trabalho home-office?

Não é difícil imaginarmos, principalmente aqui no Brasil, como é um ambiente de trabalho comum nas empresas ou departamentos de engenharia ou informática. Escritórios abertos com baias é o mínimo. E então percebemos: telefone (nosso) tocando, telefone (do vizinho) tocando, vizinhos conversando, chefe conversando com vizinho, entra e sai, barulho da impressora. Esses, apenas ruídos provocados internamente, porém, podemos também acrescentar, numa cidade grande, como São Paulo, o ruído de ônibus, de carros, de alarmes disparando, etc.

Depois perguntam, a nós, que trabalhamos usando a cachola, porque temos estresse? Porque ficamos irritadiços? e o pior: Porque o projeto está atrasado? ou Porque não funciona direito?.

A essas, a resposta pode não ser simples, mas, para as duas últimas, ambas tem um ponto em comum: o Silêncio. Ou melhor, a falta de. Pode não ser essa a causa principal, mas, decerto, acaba, por muitas vezes, se tornando o gatilho para algo que, com muita frequência, vem a nos causar mal.

Portanto estou levantando um mote: Em favor do silêncio para a produtividade: Calem à Boca, Usem e-Mail ou instante messenger… hoje temos whatsapp e smartphones e isolem acusticamente o ambiente… fica assim apenas o som dos teclados. Lancemos, pois, o movimento: “Cale a Boca para uma vida melhor”.

The boss cheat

maio 12th, 2014 by Lordspy

After a hideous amount of time I finally got the time (and guts) to write here…
Work and studies (as well as non virtual social life) has kept me busy and this adventures has presented me with some real challenge bosses…
The Lecturer stage passed by, the PhD stage came over and some consulting special stages pops by from time to time…
Sometimes we have to tackle things on our own, having to retur to some bosses over and over again to learn our valuable lessons and luckily there are some help along the way…
Was I to discover the Udemy course on Unity3D Master Class for Game Development For Beginners earlier I would have had an easier time in some consulting projects… Learnt the hard way, just inscribed myself to check out and it surprised me as to how well the basic Idea was grasped by me (if only I had taken the course earlier, when I was beginning the studies of Unity 3D by my own!) and yet, it presented some really good tips for performance and mechanisms.
It will hack your brain in just 85 video lectures with some basic material to quickly develop your first game while teaching the fundamental aspects of the engine… And providing you directions toward more specialized subjects on the tool…
It may be the Konami code for beginning game programming, but yet, much is still left for the players skills…

Good luck
Good code
Good game

Futuro insólito

fevereiro 8th, 2011 by Lordspy

   Os familiares e amigos visitantes de todas as partes se reuniam no ambiente. Todos com o triste sorriso ou com a alegre tristeza das memórias que sempre lhes serão deixadas e as compartilhavam, uns com os outros, enquanto prestavam suas últimas homenagens ao corpo daquela a quem lhes era tão querida.
   Dentre os familiares os filhos, não menos tristes que os outros e amigos, se perguntavam sobre que mistérios e surpresas poderia reservar o futuro à partir daquele momento. O mais novo, que de alguma forma representava a alegria e parte do carinho da família, aquele que ninguém jamais esperou se firmar, agora casado, traça seus planos para preservar o legado, enquanto que a mais velha, a querida intrusa, sendo confortada pela própria família, serve de anfitriã àqueles que vieram respeitar e honrar sua memória.
   Quanto ao filho mais velho, legítimo mais velho, mas o do meio na criação, que sempre fora considerado o cérebro dentre os três, já prevendo a situação a tempos e sendo confortado pelos amigos distantes, se preocupa agora com a contradição de um sentimento àquilo a que sempre se opôs. Apesar de buscar a liberdade do mundo para exibir aquilo que sabe e provar-se merecedor de tudo o que recebera, algo que sempre fora impossibilitado de realizar nesta cidade natal, sempre encontrava a segurança de um porto ao qual ancorar para se reabastecer novamente antes da nova jornada.
   E a partir de então, com alguns planos frustrados, sonhos despedaçados, amores perdidos e desperdiçados, se lançará numa nova e decisiva jornada rumo ao desconhecido, almejando o sucesso não apenas dele mesmo, mas também daqueles que quiserem o acompanhar na jornada, não desperdiçando munições, tampouco sendo misericordioso àqueles que o tentarem impedir.
Mas antes, a despedida… e para aqueles que até agora continuaram lendo, a história e homenagem fica agradavelmente insólita…
   Ao final do dia fomos ao penhasco, o sol se punha e as nuvens se prostravam como se grandiosas e numerosamente infinitas pilastras cúbicas indicando que sustentavam o céu. A grama, mais verde como nunca havia visto, cobria todo o campo, com exceção apenas das bases da encosta da passagem do desfiladeiro. Ouvíamos o som do bar do outro lado do campo, além das encostas, tocando uma melodia alegre. Provavelmente algum visitante estava por lá. Me lembro que ela me disse que queria uma festa nesse dia, mas como tudo se deu, não foi possível fazê-lo.
   Olho para trás e a jangada da grama estava ali. Era feita para deslizar pela grama, puxada pelo navio de campo. E o navio se aproximava. Chegava a hora de partir. Os familiares de fora estavam conosco. Eram os poucos que ficaram. Todos subiram no Navio, mas decidi ficar na jangada, sozinho, relembrando e no remorso de todas as inúteis discussões que um dia já tive, com o único intuito de conseguir me provar na vida, algo que a cidade jamais me deixara.
   A jangada fora presa no navio. Incrível como era possível ouvir a conversa de todos que ali estavam. Uma tia contava da participação dela em seu casamento e alguns assuntos hilários fez os outros rirem. Esbocei um leve sorriso, mas a noção de felicidade não conseguia me vir. Tampouco a de preocupação, mas a de nostalgia me inundava de forma a tentar esquecer todas as rusgas que aquele lugar me tinha, embora fosse impossível conseguir lembrar de realmente pensar em ser feliz por ali. Não que não tenha me divertido algumas ou várias vezes, mas essa noção, felicidade, apenas me era percebida quando saíamos do lugar.
   E deitado na jangada da grama, observava as pilastras que seguravam o céu, como chamei as nuvens no momento, por sua própria aparência, infindáveis em todas as direções, passavam por mim, qual como ruínas de um esquecido templo e se mantinham num belo movimento paralaxe, escondendo e revelando detalhes de cada coluna em uma harmonia vista apenas nos mais primorosos sonhos.
   Passamos pelo bar, poucas mesas, quase sem música… fechando. O ocaso nos acompanhava e o céu, já laranja queimado, quase vermelho, anunciava que a noite chegaria logo. Foi quando, já distante do bar, perto da curva da encosta rochosa, decidi que era hora de seguir o caminho.
   Olhando para aqueles que estavam no navio o aceno foi prontamente compreendido, não uma mensagem de adeus, mas de que quando nos encontrarmos novamente experiências e histórias fantásticas e aterrorizantes seriam contadas. E lhes transmiti a mensagem e sensação de segurança que sempre consegui e que sempre me irrito quando alguém a questiona ou a reforça. O silêncio,exceto pelo barulho do navio de campo e pelo soar do deslizar da jangada de grama, dominava o cenário quando cortei a corda com uma faca que apenas então percebi cravejada de preciosidades. E os observei, sendo observado, em silêncio, se distanciando no horizonte. E o céu já vermelho escuro, indicando em poucos minutos a escuridão, já não mais apresentava as nuvens como pilastras, mas a imagem lembrava um imenso rio em chamas, no horizonte para onde haviam partido.
   A jangada permanecia imóvel ao terminar de deslizar e sabia que a partir de então o caminho teria que ser feito à pé e sentado, olhando o caminho que fizeram, mal percebi a luz enquanto a difícil decisão para qual caminho tomar me inundava. Era tênue e de brilho levemente pulsante. Creio que se alternava entre vermelho, amarelo branco e azul, uma pequena esfera com um halo de mesma cor se aproximava de mim sorrateiramente, como se para dar um bote e ao vê-la, um belo e desejado desespero me imobilizou, tomando conta de mim como se na ansiedade para que aquilo ocorresse.
   E a esfera,tal qual água atravessa uma esponja, passou por mim, atravessou minha cabeça e subitamente o desespero, a nostalgia e a tristeza se transformaram em saudade e soube que era ela quem ali estava para garantir que por mais incerto que fosse, o futuro estaria reservado a mim. Ao perceber isso a escuridão tomou conta do local, sendo parcamente iluminado pela luz de uma fraca lua minguante e das estrelas que refletiam e em suas vestes a amplificavam para que eu pudesse vê-la e alcançá-la uma última vez para, com lágrima nos olhos e num terno e eterno abraço dizer para sempre “Me desculpe, minha Mãe querida. Te amo e sempre te amarei” e no final, no escuro, já sozinho, olhei pra frente o mundo que me esperava, abri os olhos, já na cama, cheio de lágrimas e decidi que, não importa o futuro, minha felicidade é o que sempre me quiseram e junto com meu bem estar, esses são os únicos compromissos que sei que devo assumir para ter a vida que sempre me foi desejada.

  
   Essa foi minha homenagem, o relato de um dos pouquíssimos sonhos que consegui lembrar em toda minha vida até o momento… para você, mas acredite, não será a última… O futuro a mim pertence e eu pertenço apenas a mim mesmo.

À memória de meus pais: Maria Cândida Teixeira de Godoy Domingues (*2/08/1954 +16/01/2011) e Anísio Domingues (*21/08/1944 +05/08/1998)

Futuro insólito

fevereiro 8th, 2011 by Lordspy

   Os familiares e amigos visitantes de todas as partes se reuniam no ambiente. Todos com o triste sorriso ou com a alegre tristeza das memórias que sempre lhes serão deixadas e as compartilhavam, uns com os outros, enquanto prestavam suas últimas homenagens ao corpo daquela a quem lhes era tão querida.
   Dentre os familiares os filhos, não menos tristes que os outros e amigos, se perguntavam sobre que mistérios e surpresas poderia reservar o futuro à partir daquele momento. O mais novo, que de alguma forma representava a alegria e parte do carinho da família, aquele que ninguém jamais esperou se firmar, agora casado, traça seus planos para preservar o legado, enquanto que a mais velha, a querida intrusa, sendo confortada pela própria família, serve de anfitriã àqueles que vieram respeitar e honrar sua memória.
   Quanto ao filho mais velho, legítimo mais velho, mas o do meio na criação, que sempre fora considerado o cérebro dentre os três, já prevendo a situação a tempos e sendo confortado pelos amigos distantes, se preocupa agora com a contradição de um sentimento àquilo a que sempre se opôs. Apesar de buscar a liberdade do mundo para exibir aquilo que sabe e provar-se merecedor de tudo o que recebera, algo que sempre fora impossibilitado de realizar nesta cidade natal, sempre encontrava a segurança de um porto ao qual ancorar para se reabastecer novamente antes da nova jornada.
   E a partir de então, com alguns planos frustrados, sonhos despedaçados, amores perdidos e desperdiçados, se lançará numa nova e decisiva jornada rumo ao desconhecido, almejando o sucesso não apenas dele mesmo, mas também daqueles que quiserem o acompanhar na jornada, não desperdiçando munições, tampouco sendo misericordioso àqueles que o tentarem impedir.
Mas antes, a despedida… e para aqueles que até agora continuaram lendo, a história e homenagem fica agradavelmente insólita…
   Ao final do dia fomos ao penhasco, o sol se punha e as nuvens se prostravam como se grandiosas e numerosamente infinitas pilastras cúbicas indicando que sustentavam o céu. A grama, mais verde como nunca havia visto, cobria todo o campo, com exceção apenas das bases da encosta da passagem do desfiladeiro. Ouvíamos o som do bar do outro lado do campo, além das encostas, tocando uma melodia alegre. Provavelmente algum visitante estava por lá. Me lembro que ela me disse que queria uma festa nesse dia, mas como tudo se deu, não foi possível fazê-lo.
   Olho para trás e a jangada da grama estava ali. Era feita para deslizar pela grama, puxada pelo navio de campo. E o navio se aproximava. Chegava a hora de partir. Os familiares de fora estavam conosco. Eram os poucos que ficaram. Todos subiram no Navio, mas decidi ficar na jangada, sozinho, relembrando e no remorso de todas as inúteis discussões que um dia já tive, com o único intúito de conseguir me provar na vida, algo que a cidade jamais me deixara.
   A jangada fora presa no navio. Incrível como era possível ouvir a conversa de todos que ali estavam. Uma tia contava da participação dela em seu casamento e alguns assuntos hilários fez os outros rirem. Esbocei um leve sorriso, mas a noção de felicidade não conseguia me vir. Tampouco a de preocupação, mas a de nostalgia me inundava de forma a tentar esquecer todas as rusgas que aquele lugar me tinha, embora fosse impossível conseguir lembrar de realmente pensar em ser feliz por alí. Não que não tenha me divertido algumas ou várias vezes, mas essa noção, felicidade, apenas me era percebida quando saíamos do lugar.
   E deitado na jangada da grama, observava as pilastras que seguravam o céu, como chamei as nuvens no momento, por sua própria aparência, infindáveis em todas as direções, passavam por mim, qual como ruínas de um esquecido templo e se mantinham num belo movimento paralaxe, escondendo e revelando detalhes de cada coluna em uma harmonia vista apenas nos mais primorosos sonhos.
   Passamos pelo bar, poucas mesas, quase sem música… fechando. O ocaso nos acompanhava e o céu, já laranja queimado, quase vermelho, anunciava que a noite chegaria logo. Foi quando, já distante do bar, perto da curva da encosta rochosa, decidi que era hora de seguir o caminho.
   Olhando para aqueles que estavam no navio o aceno foi prontamente compreendido, não uma mensagem de adeus, mas de que quando nos encontrarmos novamente experiências e histórias fantásticas e aterrorizantes seriam contadas. E lhes transmiti a mensagem e sensação de segurança que sempre consegui e que sempre me irrito quando alguém a questiona ou a reforça. O silêncio,exceto pelo barulho do navio de campo e pelo soar do deslizar da jangada de grama, dominava o cenário quando cortei a corda com uma faca que apenas então percebi cravejada de preciosidades. E os observei, sendo observado, em silêncio, se distanciando no horizonte. E o céu já vermelho escuro, indicando em poucos minutos a escuridão, já não mais apresentava as nuvens como pilastras, mas a imagem lembrava um imenso rio em chamas, no horizonte para onde haviam partido.
   A jangada permanecia imóvel ao terminar de deslizar e sabia que a partir de então o caminho teria que ser feito à pé e sentado, olhando o caminho que fizeram, mal percebi a luz enquanto a difícil decisão para qual caminho tomar me inundava. Era tênue e de brilho levemente pulsante. Creio que se alternava entre vermelho, amarelo branco e azul, uma pequena esfera com um halo de mesma cor se aproximava de mim sorrateiramente, como se para dar um bote e ao vê-la, um belo e desejado desespero me imobilizou, tomando conta de mim como se na ansiedade para que aquilo ocorresse.
   E a esfera,tal qual água atravessa uma esponja, passou por mim, atravessou minha cabeça e subitamente o desespero, a nostalgia e a tristeza se transformaram em saudade e soube que era ela quem ali estava para garantir que por mais incerto que fosse, o futuro estaria reservado a mim. Ao perceber isso a escuridão tomou conta do local, sendo parcamente iluminado pela luz de uma fraca lua minguante e das estrelas que refletiam e em suas vestes a amplificavam para que eu pudesse vê-la e alcançá-la uma última vez para, com lágrima nos olhos e num terno e eterno abraço dizer para sempre “Me desculpe, minha Mãe querida. Te amo e sempre te amarei” e no final, no escuro, já sozinho, olhei pra frente o mundo que me esperava, abri os olhos, já na cama, cheio de lágrimas e decidi que, não importa o futuro, minha felicidade é o que sempre me quiseram e junto com meu bem estar, esses são os únicos compromissos que sei que devo assumir para ter a vida que sempre me foi desejada.


   Essa foi minha homenagem, o relato de um dos pouquíssimos sonhos que consegui lembrar em toda minha vida até o momento… para você, mas acredite, não será a última… O futuro a mim pertence e eu pertenço apenas a mim mesmo.

À memória de meus pais: Maria Cândida Teixeira de Godoy Domingues (*2/08/1954 +16/01/2011) e Anísio Domingues (*21/08/1944 +05/08/1998)

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